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Carta Boi - A oferta de gado no segundo semestre

O anúncio do recuo de 10,6% no abate de bovinos no primeiro trimestre, frente ao primeiro trimestre de 2020, ratificou que a oferta de gado está curta neste ano. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as 6,56 milhões de cabeças abatidas foram o menor volume desde 2009, quando os abates foram de 6,49 milhões de bovinos.


O segundo trimestre também foi de oferta curta. Embora os dados oficiais ainda não estejam disponíveis, o mercado do boi gordo firme, mesmo com consumo doméstico calmo, deixou isso claro.


Nesta análise faremos uma comparação entre os abates no primeiro e segundo semestres. Ou seja, o que passou e o que está por vir quanto à oferta de gado, sob uma perspectiva histórica e avaliando o cenário atual.


Variações dos abates de bovinos entre o primeiro e segundo semestres
Considerando o período de 2000 a 2020, analisamos as diferenças de abate no primeiro e segundo semestres, por categoria.


Tais análises foram feitas considerando o período total (2000 a 2020), mas também segregamos em dois grupos, de anos de retenção e descarte de fêmeas, caracterizados por redução ou aumento da participação de vacas e novilhas no abate, frente ao ano anterior.


Na média de todo o período, o abate no segundo semestre foi 4,4% maior comparado à primeira metade do ano. Nos anos de descarte de fêmeas, houve um aumento médio de 7,4% nos abates. Considerando apenas os anos de retenção, como 2021 tem se mostrado, o acréscimo foi de 1,6%. Ou seja, pelo histórico não esperamos aumento importante de oferta na segunda metade do ano.
Em anos de retenção, a oferta de fêmeas, que já é menor de maneira geral, cai mais no segundo semestre que nos demais anos.


Como já são anos de retenção, com menor abate de fêmeas, abates esses que se concentram na primeira metade do ano, poderíamos esperar uma redução menor no segundo semestre.


Uma possível explicação para a queda maior dos abates em anos de retenção
Uma hipótese que pode explicar essa diminuição maior dos abates de fêmeas no segundo semestre em anos de retenção é o fato de que os abates de fêmeas no segundo semestre, quando não em sistemas que focam nessas categorias, é de fazendas que provavelmente não fizeram o diagnóstico de gestação precocemente, ou mesmo não fazem estação de monta.


Em outras palavras, a oferta de fêmeas do segundo semestre pode ter uma participação maior de sistemas menos tecnificados. Destaco que aqui estamos falando que, das fêmeas abatidas no segundo semestre, podemos ter uma parcela maior oriunda de sistemas menos tecnificados, não que todas as fêmeas do período são de tais sistemas.


Seguindo nessa linha de raciocínio, se na segunda metade do ano os sistemas menos tecnificados representam mais, frente ao total de fêmeas, a amplitude dos abates de vacas e novilhas no período tende a ser maior, porque os sistemas com menor produtividade e nível gerencial tendem a sentir mais em seus resultados os anos de baixa ou alta. Em outras palavras, a viabilidade do seu negócio está mais relacionada ao mercado que em sistemas mais apurados.


Com isso, nos anos bons, a retenção acaba sendo mais sentida na oferta do segundo semestre, com recuo maior da oferta de fêmeas, pois o período contém mais gado de fazendas com resultados e fôlego mais dependentes de preços.


Considerações finais
A tendência é que a oferta de gado no segundo semestre não dê folga para a indústria, ainda que a demanda doméstica esteja modesta.


As exportações têm trabalhado em bom patamar, mas com as atenções voltadas ao dólar, que trabalhou abaixo de R$5,00 na segunda metade de junho. Segundo o relatório Focus de 25/6, a expectativa é de que a moeda termine 2021 em R$5,10, um pouco acima do patamar atual. Atenções também a qualquer novidade da situação sanitária na Ásia, onde a peste suína africana não está resolvida.


Para o consumo doméstico, a tendência é de melhoria, com evolução da vacinação e sinais positivos da própria economia. O mesmo relatório Focus traz previsão de crescimento de 5,05% para o PIB (Produto Interno Bruto) este ano, com dez semanas de aumentos consecutivos na expectativa. Além disso, o segundo semestre normalmente é de escoamento melhor.


Para ajudar a desenhar o cenário de oferta no segundo semestre, o confinamento é fundamental.


Entre os fatores de influência, o mercado futuro do boi gordo trabalhou em queda em junho, o que afeta as projeções de resultado da atividade, podendo impactar no volume do segundo giro. No final de junho, os preços futuros do boi gordo têm trabalhado em um campo mais positivo, mas ainda aquém dos picos já registrados. O milho, com as geadas recentes, trabalhou com fortes altas e é mais um fator a ser acompanhado de perto.


Em resumo, não devemos ter oferta confortável de boiadas, com uma demanda doméstica melhorando e exportações provavelmente em bom ritmo.

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